O vôlei de praia é o grande destaque da terceira fase dos Jogos Escolares da Juventude de Mato Grosso do Sul, que seguem até 1º de junho em Três Lagoas. A modalidade registrou número recorde de inscrições este ano: são 91 duplas – 45 femininas e 46 masculinas –, um crescimento de 28% em relação à edição anterior, que teve 71 duplas.

O aumento expressivo na participação levou à reclassificação do vôlei de praia dentro dos Jogos, que agora passa a ser considerado uma modalidade coletiva. A nova configuração exigiu a ampliação da programação de partidas, refletindo a popularização do esporte entre os jovens sul-mato-grossenses.

Organizada pela Fundesporte, por meio da Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), a competição reúne mais de 3,2 mil participantes de 63 municípios, entre atletas, técnicos e dirigentes.

Inspiração olímpica e talentos locais

Entre os talentos locais está a dupla formada por Kesia Rafaela dos Santos e Clara Ventania, ambas de 16 anos e moradoras de Três Lagoas. Com experiência no vôlei de quadra, Kesia migrou para a areia há dois anos e hoje busca o título estadual. “A principal diferença está nas regras, como o uso da espalmada, o croc e a proibição da digital dos dedos no vôlei de praia”, explicou.

Clara também relembra a final acirrada na edição passada, quando a dupla ficou com o segundo lugar. “Perdemos por 18 a 16, foi por pouco. Agora estamos focadas no ouro”, contou. Para ela, o crescimento do interesse pelo esporte tem sido visível. “Muita gente ainda acha que vôlei é só o de quadra. Mas com o sucesso dos atletas e mais gente conhecendo, o vôlei de praia está conquistando seu espaço”.

As meninas se inspiram na dupla brasileira campeã olímpica em Paris-2024, Ana Patrícia e Duda. “A gente assistiu juntas à final, na casa da nossa técnica. Foi emocionante. Já vimos elas em torneios nacionais, temos até foto com elas! Foi uma inspiração enorme”, relatou Clara.

Trabalho de base e visibilidade

Referência na modalidade em Três Lagoas, a técnica Ana Rita Muniz, de 42 anos, acompanha o avanço do esporte de perto. “Trabalho como técnica há 11 anos e nunca vi tanto crescimento como nos últimos tempos. A conquista olímpica teve um impacto enorme”, afirmou.

Ela também destaca o papel dos projetos de base no interior do estado. “Temos revelado talentos que já representam Mato Grosso do Sul em nível nacional. E nosso trabalho vai além da técnica: formamos atletas conscientes, autônomos e preparados para competir com inteligência”.

Os Jogos Escolares seguem até o dia 1º de junho, com disputas nas modalidades de handebol, basquetebol e vôlei de praia. Os resultados podem ser acompanhados no site da Fundesporte